Pois bem. Antes era a Polícia Federal que vivia nos
noticiários em horário nobre, mas esta foi substituída pela FNSP, muito provavelmente
pelas brigas internas entre delegados, peritos e policiais e seu sucateamento,
promovido pelo Governo Federal. Mas porque será que a Força Nacional está em
tão alta conta, com equipamentos estalando de novos, enquanto a PRF e a PF
ficam sem estrutura?
Bem, a resposta pode ser a pior possível: criação de uma
guarda que não se submete à lei, mas à vontade do governante. E ainda se presta
a ser uma ferramenta de intervenção branca nos Estados.
Enquanto as policias civis, militares, federais, rodoviários
federais e guardas municipais tem previsão na nossa lei maior, a Constituição
Federal, a Força Nacional teve sua origem em um decreto presidencial. E tem um motivo.
A FN não é um órgão de segurança, ela deveria ser um
convênio entre a União e os Estados para que, em momentos de crise, se pudesse
retirar policiais, bombeiros, membros da Defesa Civil, e apoiar o Estado que
precisa. Mas no caos que vivemos, qual
Estado NÃO precisa? E qual pode abrir mão de seus policiais para apoiar
outro?
Além do mais, enquanto está em missão fora de seu Estado, o
policial, além de receber seu salário normalmente, pago em sua sede, ainda recebe
uma diária que, por mês, representa algo em torno de R$6.000. Líquidos, sem
impostos. Ora, porque então não se aprovou a PEC 300, que previa custeio
federal para bem remunerar as Polícias Estaduais?
A questão é essa: o Governo Federal optou por criar uma guarda que pode controlar
(pois quem vai abrir mão de 3x o salário por mês para reclamar de problemas
estruturais?), sem previsão constitucional, e ainda retirando ao seu bel prazer
policiais que deixam de fazer a segurança da população para atender interesses
políticos, fortalecendo ações de governadores aliados e enfraquecendo ou
submetendo os oposicionistas. E mais: em plena era de pedido por
desmilitarização e ciclo completo, cria-se uma espécie de Polícia Militar
Federal com policiais estaduais.
Sem dúvida a Segurança Pública está no fundo do poço em
nosso pais. Órgãos permanentes sendo sucateados para que “mercenários” (não é
criticando o policial que vai, que fique claro, é mera alusão à Idade Média) sejam
usados para fazer as vontades políticas do líder maior.
Lamentável.